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A Grande Questão: Será o fim das aulas práticas obrigatórias no Brasil?
Uma discussão que promete revolucionar o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil tem ganhado força: a possível não exigência de aulas práticas em autoescolas. A proposta, em análise na Casa Civil e desenvolvida pelo Ministério dos Transportes, visa a redução de custos e a flexibilização das exigências para os novos condutores. Atualmente, o processo é custoso e demorado, com 45 horas de aulas teóricas e 20 horas de prática obrigatórias, o que é apontado como uma barreira para milhões de brasileiros que desejam ter o documento. Mas será que o caminho para o volante está prestes a ficar mais livre ou mais perigoso?
O argumento da acessibilidade vs. a preocupação com a segurança
Os defensores da medida argumentam que o alto custo da CNH — que pode chegar a R$ 5 mil para as categorias A e B combinadas — impede muitos cidadãos de se habilitarem, levando-os a dirigir sem permissão, o que, ironicamente, agrava o problema da segurança no trânsito.
A flexibilização permitiria que os candidatos aprendessem a dirigir com instrutores autônomos credenciados ou até mesmo com a ajuda de familiares, como ocorre em outros países.
No entanto, especialistas em segurança viária e as próprias autoescolas levantam sérias preocupações sobre o impacto dessa mudança na formação dos motoristas e no já desafiador cenário do trânsito brasileiro. O debate central reside em encontrar o equilíbrio entre tornar o processo mais acessível e garantir que os novos condutores estejam devidamente preparados para as complexidades das ruas e estradas.
Um olhar para fora: Como o mundo tira a habilitação?
A nova proposta brasileira encontra inspiração em modelos internacionais, onde a obrigatoriedade da autoescola não é uma regra universal. A verdade é que cada país tem suas próprias particularidades no processo de permissão para conduzir, e muitos priorizam a experiência prática supervisionada, mas sem a imposição de um curso formal em escolas de condução. Essa abordagem busca dar maior flexibilidade aos candidatos, permitindo que o aprendizado se adapte às suas realidades e ritmos individuais.
Países onde a autoescola não é obrigatória: Exemplos Chave
Vários países de relevância global permitem que os candidatos aprendam a dirigir sem a obrigatoriedade de frequentar uma autoescola, exigindo apenas a aprovação nos exames teóricos e práticos. São eles:
Estados Unidos: Na maioria dos estados, o candidato pode aprender a dirigir com um motorista habilitado (geralmente um familiar ou amigo com mais de 21 anos e experiência) e, ao sentir-se preparado, realizar os exames teórico e prático no Departamento de Veículos Motorizados (DMV) ou órgão equivalente. Aulas supervisionadas são, por vezes, exigidas apenas para menores de 18 anos.
Reino Unido: É possível fazer a prova prática de direção sem ter tido instrução formal em autoescola. Os candidatos podem aprender com instrutores autônomos ou com pessoas qualificadas, desde que o carro tenha a sinalização de "L" (de learner) e o acompanhante cumpra os requisitos legais.
Canadá: A regulamentação varia de província para província. Em algumas, como Ontário, a formação em autoescola é opcional, mas pode reduzir o tempo de espera no sistema de habilitação progressiva e, por vezes, baratear o seguro.
Suécia: Um país com altas taxas de segurança no trânsito, a Suécia permite que os candidatos aprendam a dirigir com um supervisor privado, que também deve atender a certos requisitos, e depois realizem os exames.
Argentina e Chile: Na América Latina, esses países também não exigem a frequência em autoescola para a carteira não profissional, embora a Argentina requeira um curso teórico nacional. Os exames práticos são realizados nas respectivas direções de trânsito.
Japão: O candidato pode optar pelo "one-shot test" (prova direta) no centro de licenciamento sem a necessidade de autoescola.
O modelo de habilitação Graduada: Um caminho para a segurança?
Muitos desses países utilizam sistemas de "habilitação graduada", onde os novos motoristas recebem uma licença provisória com restrições (como proibição de dirigir à noite ou com passageiros jovens) e precisam acumular experiência supervisionada antes de obter a licença plena. Este modelo busca conciliar a flexibilidade no aprendizado com a segurança, garantindo que os condutores ganhem experiência gradualmente em diferentes condições.
O Futuro da CNH no Brasil: Entre a acessibilidade e a responsabilidade
A proposta de eliminar a obrigatoriedade das aulas em autoescolas no Brasil é um tema complexo. Se, por um lado, promete democratizar o acesso à CNH e aliviar o bolso do cidadão, por outro, levanta o debate sobre como garantir a formação adequada de motoristas em um país com altos índices de acidentes. A experiência internacional mostra que é possível flexibilizar o aprendizado sem comprometer a segurança, mas isso exige um sistema rigoroso de exames e, em muitos casos, a supervisão de instrutores qualificados (sejam eles autônomos ou não). O desfecho dessa discussão pode não só alterar a forma como se tira a CNH, mas também moldar o futuro da segurança viária no Brasil.
Queremos a Sua Opinião!
Você acredita que eliminar a obrigatoriedade das aulas de autoescola melhoraria ou pioraria o trânsito no Brasil? Você confia na operação das escolas de condução no Brasil? E o preço que cobram?
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Uma máfia essas autoescolas, o preço que cobram faz bem o governo acabar com essa mamata. papel na mão não significa que sabe dirigir. Conheço quem tem e não sabe estacionar um carro e conheço quem não tem pois não tem dinheiro para tirar que dirige melhor que muito profissional
Toninho Paraiso MG