Redação Publiracing
há 6 dias
Artur Semedo artursemedo@revistapubliracing.com.br
12 de out.
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4 de out.
Anfavea alerta para risco de paralisação na indústria automotiva brasileira por falta de semicondutores
- Redação Publiracing
- há 4 horas
- 2 min de leitura
Associação cobra ação rápida do governo diante da nova crise global dos chips, agravada por tensões entre China e Holanda.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) acendeu o sinal de alerta sobre uma possível paralisação da produção de veículos no Brasil nas próximas semanas, em razão da escassez crítica de semicondutores. O problema, que lembra a crise global enfrentada durante a pandemia, volta a ameaçar a cadeia automotiva nacional e já começa a afetar montadoras europeias.
A nova crise tem origem nas tensões geopolíticas entre China e Holanda, intensificadas neste mês após o governo holandês assumir o controle da fabricante de chips Nexperia, subsidiária de um grupo chinês. Em retaliação, Pequim impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, interrompendo o fornecimento de itens essenciais à produção de veículos, computadores e equipamentos industriais.
Segundo a Anfavea, a situação é particularmente preocupante porque cada automóvel moderno utiliza entre 1.000 e 3.000 chips, responsáveis por sistemas de segurança, controle de emissões, conectividade e funções eletrônicas. Sem esses componentes, as linhas de montagem podem parar completamente.
O presidente da entidade, Igor Calvet, destacou que o setor já sofre com juros altos e demanda retraída, e que o risco de desabastecimento poderia levar a um colapso industrial de grandes proporções.
“Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador. A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria”, afirmou Calvet.
A Anfavea informou que já alertou o governo federal e pediu articulação com o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para negociar alternativas de fornecimento e fortalecer a política nacional de semicondutores, que segue em fase inicial de estruturação.
Crise global reacende debate sobre dependência tecnológica
O episódio evidencia novamente a dependência da indústria automotiva brasileira de insumos importados. Embora o país tenha iniciado programas para incentivar a produção local de semicondutores, como o Centro de Tecnologia em Eletrônica Avançada (Ceitec), o setor ainda carece de escala e competitividade para atender à demanda das montadoras.
Na Europa, fábricas da Volkswagen, Stellantis e BMW já relatam ajustes no ritmo de produção devido à falta de chips. O receio é que o efeito em cascata atinja o Brasil em poucas semanas, especialmente nas unidades que trabalham com menor estoque de componentes.
A Anfavea reforçou que a indústria automotiva é um dos principais motores da economia nacional — respondendo por cerca de 20% do PIB industrial — e defendeu a criação de um plano emergencial de contingência, com medidas de diversificação de fornecedores e incentivos à inovação tecnológica.
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