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Produção automotiva recua em novembro e expõe fragilidade da recuperação do setor, aponta Anfavea
Redação Publiracing
há 35 minutos
3 min de leitura
Vendas e exportações diminuem, estoques de importados sobem e alta acumulada do ano desacelera para apenas 1,4%
A indústria automotiva brasileira voltou a registrar sinais de enfraquecimento em novembro, com quedas simultâneas nas vendas internas, nas exportações e na produção. Os dados divulgados pela Anfavea mostram que a recuperação observada no primeiro semestre perdeu fôlego, deixando o desempenho acumulado de 2025 em ritmo bem abaixo do projetado inicialmente — resultado que acende um alerta no setor.
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Segundo o balanço, o mercado interno desacelerou pelo quarto mês consecutivo quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Apesar de novembro ter registrado a maior média diária de vendas do ano (12,6 mil unidades), o volume total do mês — 238,6 mil veículos — ficou 8,5% abaixo de outubro e 5,9% inferior ao de novembro de 2024.
Alta acumulada mínima e impacto dos importados
De janeiro a novembro, o mercado brasileiro soma 2,410 milhões de veículos emplacados, crescimento de apenas 1,4% sobre igual período de 2024. Porém, esse modesto avanço é sustentado sobretudo por importados: enquanto os modelos vindos de fora registram expansão no ano, os emplacamentos de veículos nacionais avançaram somente 0,1%.
Paradoxalmente, novembro marcou uma queda de 10% nas vendas de importados, ao mesmo tempo em que a chegada de novos lotes elevou os estoques de 130 para 153 dias, nível considerado muito alto para o setor.
A situação mais crítica permanece entre os caminhões, cujo acumulado do ano registra retração de 8,7% — reflexo direto de juros elevados e menor demanda do transporte de cargas.
Exportações encolhem e evidenciam dependência da Argentina
As exportações brasileiras também sofreram forte queda: apenas 35,7 mil unidades foram embarcadas em novembro, o segundo pior resultado do ano. A desaceleração nas vendas para a Argentina — maior destino dos veículos produzidos no país — pesou diretamente no resultado mensal.
Apesar do tropeço, o acumulado anual ainda registra alta de 37,9% para o mercado argentino, sustentado especialmente pelo desempenho robusto do primeiro semestre.
Produção encolhe e frustra expectativas para o ano
O quadro de retração geral afetou diretamente a produção. Em novembro, as montadoras fabricaram 219 mil unidades, queda de 11,6% frente a outubro — mês que teve quatro dias úteis a mais. Na comparação com novembro de 2024, quando o calendário equivalia em número de dias úteis, o recuo foi de 8,2%.
Mesmo assim, a produção acumulada de 2025 ainda é 4,1% maior que a dos primeiros onze meses de 2024.
Para o presidente da Anfavea, Igor Calvet, os números reforçam a necessidade de atenção redobrada:
“Ainda estamos com uma produção acumulada 4,1% mais alta do que nos primeiros onze meses de 2024, mas esse crescimento está muito abaixo do que havíamos projetado para 2025, o que vem nos colocando em estado de alerta nos últimos meses”, afirmou.“Esperamos que dezembro traga um alento às vendas de automóveis e comerciais leves, após o sucesso estrondoso do Salão do Automóvel. Já o segmento de pesados, o mais impactado pelos juros elevados, precisa de um olhar mais atento para que retorne a patamares normais e o setor possa garantir a manutenção de empregos.”
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