top of page
Publiracing VTM.png
Publiracing AutoQRO.png

Editorial: O etanol e a cegueira verde do mundo

  • Foto do escritor: Artur Semedo artursemedo@revistapubliracing.com.br
    Artur Semedo artursemedo@revistapubliracing.com.br
  • 13 de set.
  • 3 min de leitura

Editorial: O etanol e a cegueira verde do mundo

Às vezes me pergunto se o mundo realmente quer descarbonizar — ou apenas quer parecer que está fazendo isso. Enquanto as atenções globais se voltam quase exclusivamente para os veículos elétricos, como se fossem o único caminho para um planeta mais limpo, o Brasil continua sendo um exemplo que insiste em ser ignorado: o nosso etanol.


Falo com orgulho e uma certa dose de indignação. Orgulho porque o Brasil é, disparado, líder mundial no uso de biocombustíveis. Indignação porque, mesmo com resultados concretos, décadas de experiência e tecnologia consolidada, nosso etanol continua tratado como uma solução de segunda categoria nos grandes fóruns globais — inclusive na próxima COP30, que será realizada aqui, em solo brasileiro. Que ironia, não? O palco será nosso, mas o protagonismo, aparentemente, não.


Clique AQUI
Clique AQUI

Uma solução já existente — e comprovada

Enquanto países desenvolvidos ainda enfrentam dilemas sobre onde encontrar lítio, cobalto e energia elétrica de baixo carbono para alimentar suas frotas de veículos elétricos, o Brasil já roda há décadas com uma alternativa limpa, renovável e economicamente viável. O etanol de cana-de-açúcar reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 90% em comparação com a gasolina, segundo dados da Agência Internacional de Energia. E faz isso usando uma cadeia produtiva que gera milhões de empregos e fortalece nossa segurança energética.


Mesmo assim, o discurso dominante global trata os biocombustíveis como um “meio termo” temporário, algo para ser tolerado até que os EVs assumam o trono. É um equívoco técnico e, francamente, um preconceito geopolítico. O que nasce no Sul Global, ao que parece, não merece o mesmo prestígio.


EVs não são o único caminho

Não sou contra os veículos elétricos, aliás, sou um apaixonado por eles, por sua tecnologia, por suas capacidades e pelo desenvolvimento tecnológico que tem acompanhado sua evolução. Eles têm um papel importante, especialmente em países com matrizes energéticas limpas e infraestrutura robusta. Mas ignorar o etanol — ou relegá-lo ao papel de coadjuvante — é desperdiçar uma solução que já está funcionando em larga escala, com custo competitivo e enorme potencial de exportação de tecnologia.


Falar em “transição energética justa” sem incluir o etanol é, no mínimo, incoerente. Afinal, que justiça existe em obrigar países do Sul Global a seguir um modelo caro, dependente de importação de minerais e tecnologia, quando países como o Brasil já têm alternativas locais, sustentáveis e eficazes?


A hora de reivindicar nosso espaço

A COP30 será uma oportunidade histórica para o Brasil mostrar ao mundo que descarbonização não tem um único formato — e que nossa experiência pode ser parte da solução global. Mas, para isso, é preciso romper o silêncio. É preciso que o setor automotivo, os produtores de etanol, os formuladores de políticas públicas e, sim, nós da imprensa especializada, façamos barulho.


Se continuarmos calados, o etanol seguirá invisível no debate global — não por falta de méritos, mas por falta de marketing e diplomacia. E aí, quando os discursos sobre “neutralidade de carbono” se tornarem mais urgentes e os custos da eletrificação baterem à porta, talvez o mundo descubra, tardiamente, que a resposta já existia. E estava aqui, nos nossos campos de cana.


💭 A sua opinião importa!


Conte nos comentários: o etanol deveria ser tratado como protagonista na transição energética global? 🌍👇


Artur Semedo - Editor Publiracing


👉 “A Revista Publiracing acredita em jornalismo isento, relevante e de qualidade. Se também valoriza informação independente, considere apoiar o nosso trabalho.”




Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação

Testes Revista Publiracing

Polestar 3 Performance Pack: design escandinavo, aerodinâmica e potência elétrica ⚡🇸🇪

Publiracing Portal de Notícias
Polestar 3 Performance Pack: design escandinavo, aerodinâmica e potência elétrica ⚡🇸🇪
Polestar 3 Performance Pack: design escandinavo, aerodinâmica e potência elétrica ⚡🇸🇪

Polestar 3 Performance Pack: design escandinavo, aerodinâmica e potência elétrica ⚡🇸🇪

01:46
CX-80, o luxo pela visão Mazda

CX-80, o luxo pela visão Mazda

00:25
Polestar 3 Performance Pack: potência elétrica e engenharia escandinava em harmonia ⚡🇸🇪

Polestar 3 Performance Pack: potência elétrica e engenharia escandinava em harmonia ⚡🇸🇪

01:35
bottom of page