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Artur Semedo artursemedo@revistapubliracing.com.br
12 de out.



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Lisboa, São Paulo, Porto e Rio mostram realidades muito diferentes — e a polêmica é inevitável.
Há quem diga que o carro é sinônimo de liberdade. Outros defendem que o transporte público é a única solução sustentável para cidades cada vez mais congestionadas. A verdade? Depende de onde você vive. Lisboa, São Paulo, Porto e Rio de Janeiro apresentam cenários tão distintos que o debate deixa de ser apenas mobilidade — e passa a ser sobre qualidade de vida, política urbana e até status social.
Lisboa: Trens modernos, mas ainda lotados
A capital portuguesa é frequentemente citada como exemplo de avanço no transporte público, com investimentos no metro, ferrovia, com linhas que ligam as principais regiões à volta da capital, redes de VLT e ônibus modernos. Em Lisboa é muito fácil carregar cartões de transporte em qualquer lugar com preços muito competitivos e que permitem a utilização integrada de diversos modais de transporte. na capital portuguesa ainda é muito importante o transporte fluvial, com as ligações à margem sul do Tejo.
Mas basta uma hora de ponta para perceber que os trens e metro estão lotados e que o carro continua sendo a opção preferida de quem pode pagar pelos custos crescentes do combustível e estacionamento. Lisboa vive o dilema europeu: políticas de mobilidade verde, mas sem resolver a pressão diária do cidadão comum.
São Paulo: o trânsito que nunca dorme
Na maior metrópole brasileira, falar em carro próprio é falar em sobrevivência. O sistema de metro e ônibus é extenso, mas não acompanha a demanda gigantesca de mais de 12 milhões de habitantes. O resultado? Rotineiras imagens de caos nas linhas ferroviárias e de metrô da cidade. Congestionamentos épicos nas ruas e avenidas numa cidade com uma frota veículos que cresce sem parar. Para muitos paulistanos, o carro não é luxo, mas necessidade. Para outros, é o grande vilão do caos urbano.
Porto: tradição versus modernidade
O Porto tem investido na ampliação do metro e no incentivo ao uso de bicicletas e trotinetes. Mas a topografia da cidade e a mentalidade ainda muito ligada ao carro fazem com que a adesão seja lenta. Curiosamente, muitos portuenses reclamam do custo do transporte público, mas também não abrem mão da “liberdade” do carro, criando uma contradição que dificulta soluções reais.
Rio de Janeiro: insegurança no transporte
No Rio, o problema não é apenas infraestrutura, mas também segurança. A superlotação e a precariedade de linhas de ônibus e ferroviárias afastam a população, que prefere enfrentar engarrafamentos a correr riscos. O carro próprio é visto como refúgio, mas também um alvo da insegurança da cidade, e estar parado no transito significa risco elevado de assaltos. Tudo isso é o custo de um trânsito cada vez mais agressivo e de uma mobilidade urbana quase insustentável. A realidade dos cariocas é caótica.
Cenário global: Nova Iorque, Londres e Tóquio
Se olharmos para fora, a comparação é inevitável. Nova Iorque e Londres sofrem com sistemas sobrecarregados, mas continuam apostando no transporte coletivo como prioridade. Já Tóquio é a referência mundial de eficiência, mas à custa de disciplina quase militar e investimentos bilionários em tecnologia e transporte. Aliás, a ferrovia virou paixão nacional, com uma das redes mais diversificadas do mundo e um verdadeiro eixo de integração social. No Japão, ver o dono da fábrica ir para o trabalho no mesmo trem em que vão os seus funcionários é muito comum, e natural!
A polêmica que não termina
Quem defende o transporte público aponta sustentabilidade, inclusão social e redução de emissões. Quem defende o carro próprio fala de conforto, liberdade e segurança. No fundo, as duas visões são válidas — mas enquanto governos não assumirem políticas claras e consistentes de médio e longo prazo, a realidade será a mesma: cada cidade cria sua própria versão de caos.
E para você: liberdade é pegar o metro, trem ou ônibus cheios todos os dias ou encarar sozinho um trânsito interminável e que consome diariamente horas de vida?

















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