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Expressas: Maior fabricante de trens do mundo dá primeiro passo no Brasil com fábrica em Araraquara
Jaroslav Sussland - jaros@revistapubliracing.com.br
há 15 horas
2 min de leitura
A chinesa CRRC Corporation Limited, com sede em Pequim, iniciou a ocupação de instalações no interior paulista para montar a produção de novos trens para o sistema metropolitano de São Paulo.
A CRRC, que detém 46 subsidiárias e emprega cerca de 180 mil pessoas globalmente, iniciou em outubro de 2025 a ocupação de uma unidade em Araraquara (SP), alugada da Hyundai Rotem, para dar suporte à produção de 44 composições destinadas à frota do Metrô de São Paulo. O investimento inicial estimado é de R$ 50 milhões, com geração de cerca de 100 empregos diretos nesta fase inicial.
O contrato fechado com o metrô paulista abrange as linhas 1-Azul, 2-Verde (em expansão até Penha) e 3-Vermelha, num valor aproximado de R$ 3,1 bilhões.
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Por que Araraquara?
A escolha da cidade paulista se baseia na existência de estrutura industrial já instalada, facilitando o arranque da produção local. A nova unidade da CRRC atuará como centro de apoio industrial — montagem, integração de sistemas, manutenção — para as composições a serem entregues ao metrô. Além disso, a presença local ajuda a cumprir políticas de conteúdo nacional e favorece a atração de cadeia de fornecedores no setor ferroviário para o interior de São Paulo.
Os trens e o projeto
As 44 composições previstas foram contratadas para reforçar e expandir a frota do metrô paulista. O prazo para entrega da primeira unidade está estimado em março de 2027, segundo comunicação de imprensa. Os trens terão passagem livre entre carros (open gangway), velocidade máxima de 100 km/h e capacidade para aproximadamente 1.800 passageiros cada.
Além disso, a CRRC não se limita a esse contrato: a empresa já atua em outros projetos no Brasil, inclusive o Trem Intercidades São Paulo–Campinas, e pode fornecer trens também para a ViaQuatro na expansão da Linha 4-Amarela até Taboão da Serra.
Impactos para o setor ferroviário brasileiro
A chegada da CRRC e seu investimento em Araraquara ampliam a competição no setor de material rodante, historicamente dominado por poucos fabricantes. Com o plano “SP nos Trilhos”, que prevê R$ 190 bilhões em investimentos até 2035 para modernização, aquisição de 400 novos trens e expansão da malha, a fábrica da CRRC ganha relevância estratégica. A criação de 100 empregos diretos inicialmente tende a gerar um efeito multiplicador local, com oportunidades para fornecedores de componentes ferroviários, manutenção e sistemas associados.
Perspectiva e desafios
A expectativa é que a produção em Araraquara comece em meados de 2026, com ramp-up gradual. Entretanto, desafios permanecem: adaptação de fornecedores locais, exigências de conteúdo nacional, logística e custos de produção. Se bem-sucedida, a fábrica da CRRC pode consolidar o interior de São Paulo como polo da indústria ferroviária no país e reduzir dependência de importações no setor de transporte sobre trilhos.
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