Vendas em novembro mostram o Onix voltando a liderar o mercado brasileiro
- Artur Semedo artursemedo@revistapubliracing.com.br
- 20 de nov. de 2021
- 3 min de leitura

Uma das marcas mais afetadas nos últimos meses pela falta de componentes para a produção de seus veículos no Brasil foi a Chevrolet, fabricante que viu algumas das suas unidades de produção paralisarem parcialmente ou mesmo totalmente, levando a que alguns dos seus modelos de maior desempenho comercial deixassem de estar disponíveis e com isso desaparecessem da lista dos veículos mais vendidos no país.
Mas com as fábricas da GM em Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP), onde são produzidos o novo Onix/Onix Plus e o Tracker, operando atualmente em dois turnos, aos poucos a demanda pelos veículos da marca começa a ser atendida pelas lojas, com isso estes três modelos da marca recuperaram seu desempenho comercial em novembro.
Olhando para os dados (Fenabrave) parciais de novembro (até dia 19) a tabela trás de volta o Onix para a liderança do mercado brasileiro com 5.780 unidades emplacadas, superando a Fiat Strada que aparece em segundo com 4.426. Seguindo a lista dos mais vendidos, destaque para o Hyundai Creta, que é o SUV compacto mais vendido, com 4.098 unidades, seguido de mais uma picape da Fiat, desta vez a Toro, que viu saírem para as ruas 3.899 veículos.
Continuando a lista, aparece agora o modelo da Volkswagen mais vendido por aqui, o Gol, com 3.795 emplacamentos, logo na sequência, mais dois carros da Chevrolet que recuperam fortemente o desempenho. O Onix Plus, com 3.778 unidades, aparecendo como líder em seu segmento, o dos sedãs compactos, logo seguido pelo Tracker com 3.576, sendo este o segundo SUV compacto mais vendido em novembro na frente do T Cross que emplacou 3.531 unidades.
A lista parcial dos mais vendidos tem também o Argo da Fiat, com 3.245 veículos, seguido de outro hatch compacto, o Hyundai HB20 com 3.119 unidades do modelo.
Ainda podemos destacar o Jeep Compass com 3.077 unidades, sendo o primeiro do seu segmento, seguido pelo ótimo desempenho da picape média mais vendida, a Toyota Hilux, com 2.594 veículos, finalizando nossa breve abordagem com o Jeep Renegade que teve, até ao momento, 2.478 emplacamentos. É claro que estes resultados são parciais e sabemos que os últimos dias de cada mês reservam ações dedicadas das marcas para fechamento de vendas mais expressivas através da conclusão de negócios com empresas e suas frotas.
Com o mercado de veículos atravessando seu momento mais delicado da história, seja pela profunda transformação nas questões da mobilidade e eletrificação da indústria e seus produtos, a este momento se juntou uma pandemia de efeitos duríssimos na economia global, agravada pela crise sem precedentes na questão da falta de componentes eletrônicos, particularmente semicondutores, o que tem afetado inúmeras linhas de produção pelo mundo, e naturalmente também no Brasil, a isso se juntando fatores relacionadas a logística global que vive um momento bem complexo, pelo aumento da demanda no transporte de cargas e mercadorias, fruto da necessidade de recuperar de forma acelerada a economia após meses de praticamente paralisia, e questões como a mudança que já vinha acontecendo nos hábitos de consumo, mas que foi acelerada com o isolamento provocado pela pandemia do COVID-19, o que provocou o aumento vertiginoso do comércio eletrônico, exigindo todos esses fatores muito mais da cadeia logística global, que claramente não estava preparada para esta demanda.
Se a todos estes fatores juntarmos, no caso do Brasil, um cenário politico/econômico bastante desfavorável para a população, fica claro que uma previsibilidade, ou estabilidade, na tabela dos veículos mais vendidos mensalmente por aqui, também não será uma realidade para breve, já que as previsões mais otimistas são de que, apenas no segundo semestre de 2022 a questão da falta de componentes necessários para a produção de veículos inicie um processo de normalização na cadeia mundial, levando inevitavelmente a que ainda ocorram mais fechamentos totais ou parciais nas linhas de produção, condicionando naturalmente a capacidade das montadoras em entregarem o número de veículos solicitados pelas suas concessionárias, prejudicando com isso o desempenho comercial de determinados modelos que têm muitas vezes sua demanda reprimida pela falta de produtos para entregar.
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