Texto: Artur Jorge Semedo
Imagens: Divulgação Honda ( Interior ) e Revista Publiracing
Avaliação: Honda HR-V, a receita certa para o sucesso.
O HR-V da Honda é o mais recente fenómeno de sucesso da indústria automobilística no Brasil. Razões para isso são várias, muitas delas facilmente interpretadas através do contato mais intimo com o veículo, que mistura em suas características, traços de Crossover, status de SUV, e elegância interna de um sedã.
A Revista Publiracing teve a oportunidade de avaliar durante alguns dias a versão mais completa do modelo, a EXL. E as sensações que sentimos ao volante do modelo passamos a descrever a partir de agora, em mais uma avaliação realizada pela nossa equipe.
Observando o exterior do HR-V, fica evidente que os engenheiros da marca acertaram em cheio nas linhas do carro. Bonito e atraente, num olhar rápido, e juntando às características já descritas acima, ele têm ainda traços de cupê, afinal as maçanetas para abertura das portas traseiras ficam “disfarçadas” de forma vertical, numa solução inovadora e que deu muito certo em termos estéticos.
Já que falamos em maçanetas, as das portas da frente são cromadas, numa integração perfeita com a cor do nosso modelo. Destaques que completam a análise externa, os faróis de neblina, o para-brisa dégradé, as lanternas traseiras em LED, e também na traseira, o elegante aerofólio, que personaliza ainda mais o carro. Para finalizar destaque para os retrovisores elétricos na cor do veículo e com indicador de direção, ambos com o sistema elétrico de rebatimento em função Tilt Down, em comando disponível na porta do motorista, e muito útil em áreas de estacionamento de dimensões reduzidas. As rodas são em liga leve aro 17" com pneus de medida 215/55 R17.
Em nossa opinião, para dar nota máxima à solução final encontrada, só falta um teto solar panorâmico, o que deixaria ainda mais ampla a sensação de liberdade e prazer ao dirigir o SUV da Honda.
O interior realça as sensações que o publico busca num veiculo deste segmento, posição elevada, sobriedade, elegância, espaço de sobra em todo o habitáculo, conectividade, e muita tecnologia ao dispor do condutor. O volante (coluna de direção ajustável em altura e profundidade) tem acabamento em couro, tecido que é utilizado também para acabamento em diversas áreas do interior do veículo, como no console central, descansa-braço dianteiro e apoio de braço das portas e restantes bancos. Os passageiros dispõem também de diversos compartimentos para copos e outros objetos. Voltando ao volante ele disponibiliza diversos comandos como rádio e telefone além de duas discretas maçanetas paddle shift para acionar manualmente as marchas disponibilizadas pelo cambio automático CVT.
Ainda no interior, a tela display multimídia com tela de 7'' multi touchscreen que incorpora o navegador GPS, computador de bordo, entrada HDMI e 2 conexões USB para MP3 players, pen drive e iPod/iPhone/iPad. O sistema de áudio disponibiliza AM/FM com CD player CD/MP#/WMA com 4 alto-falantes + 2 tweeters é de ótima qualidade..
Para finalizar o destaque do que pode ser observado ainda antes de dar partida ao motor através de duas interessantes soluções mecânicas. O EPB - Eletric Parking Brake (freio de estacionamento eletrônico) que eliminou a tradicional alavanca do freio de mão além do sistema Brake Hold, que permite tirar o pé do freio em qualquer perfil de terreno, e após o veiculo ficar completamente imobilizado no transito, é apenas necessário um sutil toque no acelerador para que o sistema permita o movimento do veículo sem deixar recuar, mesmo em subida acentuada.
Hora de dar partida ao motor, e após alguns quilômetros, descobrimos mais razões para o sucesso do veículo. Freios de disco nas quatro rodas com sistema ABS e ABD (Anti-lock Brake System/Eletronic Brake Distribution, e uma direção assistida de forma elétrica muito eficiente, permitem conforto, praticidade e segurança nas mais diversas situações do dia a dia, tanto na cidade como fora dela. Outro sistema disponibilizado é o VSA (Vehicle Stability Assist - assistente de tração e estabilidade, que auxilia na estabilidade em situações de aderência comprometida, seja pelo piso, ou por situações e correções emergenciais.
Fica claro que mesmo sendo um posicionamento de carroceria um pouco mais elevado, tradicional nos utilitários esportivos, e onde o centro de gravidade fica naturalmente prejudicado, a eficiência e perfil da suspensão e amortecedores utilizados, suspensão dianteira McPherson e traseira com barra de torção, permitem um comportamento em curva muito eficiente e honesto, transmitindo segurança e fazendo mesmo esquecer que se está ao volante de um SUV.
O motor é o equilibrado 1.8 16V SOHC i-VTEC FlexOne, que disponibiliza uma potência de 140/6500 (cv/rpm) se abastecido a gasolina, e 139/6300 (cv/rpm) se com etanol no tanque. O torque é de 17,3/4800 (kgf.m/rpm) gasolina e 17,4/5000 (kgf.m/rpm) no Etanol. A força do motor é transmitida através de opção única pela tração dianteira.
Aqui cabe talvez uma das poucas observações que nos cabe fazer. Se pensarmos que esta versão testada por nós é a mais completa e potente, ficou o desejo de ver a cereja em cima de um bolo muito gostoso, no caso, um motor mais potente. Deixaria a marca o 1.8 para versões intermediárias, e proporcionando uma eventual opção mais nervosa e com mais recursos para quem busca um comportamento mais esportivo.
Passamos a descrever alguns dos valores que influenciam o comportamento do modelo, assim como de dia a dia de seu proprietário. A distância entre eixos é de 2610 mm, com comprimento total de 4294 mm, a altura de 1586 mm e a largura de 1772 mm. A massa em ordem de marcha anunciada pela marca é de 1276 kg com peso bruto total de 1.740 kg. O tanque, tradicionalmente não muito volumoso na Honda, tem capacidade para 51 litros de gasolina ou álcool. Por falar em combustível, vamos ao consumo. Apenas utilizámos o etanol, e o SUV da Honda conseguiu fazer na cidade, 7,1 quilômetros por litro de combustível e 9,2 km/L por litro em nosso percurso na estrada, um consumo muito aceitável em seu segmento.
Falando agora do comportamento dinâmico do carro, ele é eficiente e seguro, sem ser uma plataforma para um carro de corrida, é, no entanto, uma ótima escolha para quem busca transportar com tranquilidade sua família em segurança, num veículo tecnológico, elegante, sóbrio, confortável e muito bonito.
Resta dizer que além da versão testada pela Revista Publiracing, a EXL, outras duas versões são disponibilizadas para o mercado brasileiro, as EX, e LX, todas elas com opção de sete cores e câmbio manual ou automático. Os preços que são apresentados por uma concessionária da marca em São Paulo, variam entre R$ 93 000,00 e cerca de R$ 102 600,00 na versão mais completa testada por nós.
Os números por si só não são sinónimo de qualidade para um produto, afinal são diversos os fatores que influenciam nos resultados. No caso do HR-V da Honda ele se encaixa numa visão de “pacote”. Pacote certo, onde podemos
misturar ingredientes como, beleza, preço, tecnologia, conforto e modernidade. Por isso mesmo o modelo pulveriza seus concorrentes. No mês de agosto ele foi o 8º modelo mais vendido no mercado, com 4906 unidades emplacadas, num acumulado de 40 122 unidades vendidas ao longo de 2016, deixando para trás seus concorrentes, como, o Jeep Renegade, com 34 917, e mais atrás ainda, o Ecosport da Ford, que vem perdendo espaço para o apelo irresistível do Honda. A importância deste produto para a marca é tanta, que ele representa em 2016 nada menos que 50 % de suas vendas no Brasil, num total de 80 469 veículos vendidos pela fabricante japonesa até final do oitavo mês. Isso representa a oitava posição no ranking das marcas mais vendidas e uma participação de 7,28% no mercado brasileiro.
O mercado apresenta algumas opções neste segmento, e os resultados tão expressivos do HR-V, só refletem a interpretação que o publico, assim como nós, faz do produto - Uma excelente relação preço/qualidade.
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Honda HR-V EXL | Honda HR-V EXL |
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