Os carros elétricos estão chegando a uma velocidade surpreendente em alguns mercados no mundo, como é o caso de China, Estados Unidos e União Europeia. Segundo projeção do Boston Consulting Group (BCG), até 2026, os veículos elétricos serão responsáveis por mais da metade dos automóveis leves vendidos globalmente. Isso é quatro anos mais cedo do que as projeções anteriores da consultoria estimavam. Além disso, o estudo prevê que os veículos de emissão zero (ZEVs) serão responsáveis por quase metade dos veículos leves novos vendidos globalmente em 2035. E alguns dados já antecipam essa realidade.
As vendas no mercado global de carros e SUVs eletrificados, incluindo os veículos híbridos, por exemplo, saltaram de 8% em 2019 para 12% em 2020. Na União Européia, a participação de mercado de híbridos plug-in (PHEVs) e veículos elétricos a bateria (BEVs) aumentou 9,3 pontos percentuais em 2020, em comparação com 2,2 pontos percentuais nos EUA e 5 p.p. na China. Na Alemanha, as vendas de híbridos plug-in (PHEVs) aumentaram 342% em 2020 e as vendas de veículos elétricos a bateria (BEVs) em 207%. As vendas de veículos leves movidos a gasolina caíram 36% e a diesel 29%.
No entanto, no Brasil a situação é menos clara, e apesar do rápido crescimento nas vendas nos últimos dois anos, veículos eletrificados ainda são um nicho pequeno, respondendo por menos de 1% do mercado em 2020. Por um lado, a evolução tecnológica e redução de custos de baterias, combinada com a migração das plataformas globais das montadoras e crescente pressão dos consumidores por alternativas mais limpas, pode favorecer uma convergência global. Por outro, o contexto regulatório e de incentivos, o custo total ainda elevado se comparado aos veículos a combustão e a existência de uma alternativa sustentável através do etanol podem retardar a transição ou ainda criar novas rotas tecnológicas para redução de emissão de CO2. O estudo estima que em 2030 menos de 10% dos carros novos vendidos no Brasil serão totalmente elétricos ou híbridos - dependente em grande parte das ações tomadas pelo governo e indústria.
No contexto brasileiro, além do cenário de eletrificação e rota tecnológica em si, uma série de outras questões ligadas a estratégias de produto e produção, relação com o consumidor e mobilidade, de forma mais ampla, começam a emergir, gerando desafios e oportunidades para os participantes do mercado. Por exemplo: qual modelo de negócios é mais adequado a um veículo elétrico?; produzir localmente vs. importar; quem será o responsável por prover a infraestrutura de carregamento, entre outras.
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