A área de transporte de carga aérea da companhia portuguesa TAP praticamente duplicou as receitas no primeiro semestre e, com isso, já representa 30% do total das receitas da companhia.
Mesmo sem poder contar com uma grande parte dos voos de passageiros, ainda sem operação ou com ela reduzida, a TAP Cargo alcançou no primeiro semestre do exercício corrente receitas operacionais de 104 milhões de euros, informou a companhia em comunicado.
O resultado alcançado supera em 96,3% o conseguido entre Janeiro e Junho do ano passado (53 milhões de euros), período fortemente afetado pela pandemia. Mas ainda mais importante, é o fato das receitas do primeiro semestre superarem em 58% os 66 milhões de euros registados no período homólogo de 2019 (antes da pandemia global).
A companhia não divulgou os volumes transportados, mas é certo que aumentaram, mesmo sem a capacidade total dos porões dos aviões de passageiros. Os voos cargo only garantiram 40% das receitas. A TAP Cargo está a operar com dois Airbus A332 (adaptado) e um terceiro A332 exclusivo para a operação.
A ajudar à melhoria das receitas esteve também a subida das yields, com o preço médio a atingir os 2,76 cêntimos/kg, melhor que os 2,01 cêntimos/kg de há um ano e melhor ainda que os 1,53 cêntimos/kg de há dois anos.
No relatório da companhia, a TAP informou ao mercado prejuízos de 493,1 milhões de euros no primeiro semestre, ainda assim uma melhoria de 15%, ou 88 milhões de euros, face ao período homólogo de 2020.
Com ajuda financeira, estado Português volta a ser o “dono” da companhia
O Estado português já detém, direta e indiretamente, 97,8% do capital social da TAP, SA, de acordo com as informações divulgadas a propósito dos resultados trimestrais.
O reforço da posição do Estado para muito perto dos 100%, vem na sequencia da injeção de recursos financeiros na companhia de 462 milhões de euros, como ajuda pelas perdas decorrentes da pandemia de Covid-19.
O socorro estatal foi aprovada pela Comissão Europeia e realizou-se através de um aumento da capital da TAP, S.A. subscrito integralmente pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que assim passou a controlar 92% do capital da companhia aérea.
A TAP, SGPS, que até aqui detinha 100% da TAP, S.A., viu, assim, a sua posição reduzida para 8% do capital da transportadora.
O Estado detém 72,5% da holding (na sequência da saída de David Neeleman), através da Parpública (sociedade gestora de participações sociais do Estado Português, de capitais exclusivamente públicos) e da DGTF, que agora “valem” 5,8% da TAP, S.A.. O empresário Humberto Pedrosa mantém 22,5%, valor que agora efetivamente representa 1,8% da companhia, ficando os trabalhadores da companhia com os outros 5% da holding, atualmente representando 0,4% do capital da empresa.
A possibilidade de o Estado português ser novamente proprietário de 100% da companhia de bandeira está prevista no plano de reestruturação apresentado em Bruxelas, décadas após a privatização, a TAP deverá voltar em breve totalmente para a administração publica.
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