A AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva lançou, hoje, a segunda versão do whitepaper “Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro”, documento histórico elaborado pela Diretoria de Tendências Tecnológicas, e a cartilha “Do poço à roda – Veículos leves”, desenvolvida pela Diretoria de Emissões Veículos Leves.
Em meio à tendência internacional por descarbonização veicular, o estudo sobre evolução tecnológica regional, diagnostica a produção e a comercialização de veículos leves, levando-se em consideração os capítulos de matrizes energéticas disponíveis no País, emissões, eficiência energética, conectividade e segurança veicular. A atualização de emissão de pesados ficou para 2023.
“Esse documento histórico faz parte da longa trajetória de 38 anos da entidade à frente da condução das principais discussões técnicas do setor automotivo brasileiro. Uma contribuição inestimável”, anuncia Everton Lopes, diretor de Tendências Tecnológicas da AEA, para quem “na história do automóvel, há mais de um século, várias soluções tecnológicas promoveram o desenvolvimento dos veículos sob o aspecto de eficiência energética, emissões de poluentes e segurança veicular. A revolução atual na mobilidade é motivada pelas grandes tendências globais que consideram fatores como sustentabilidade, economia de baixo carbono e segurança energética, com visão global, mas também com soluções locais. As condições regionais como disponibilidade energética, soluções para mobilidade com baixa emissão de carbono e condições econômicas e sociais são fatores relevantes para determinação da velocidade da implementação de novas tendências”.
Cartilha - A indústria automobilística mundial encontra-se em um dos momentos mais importantes de transformação tecnológica, resumida – em princípio – ao divisor de águas entre motores à combustão interna e eletrificados. Ao lançar a cartilha “Do poço à roda – Veículos leves”, a AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva traz ao setor e ao mercado brasileiro uma contribuição técnica, como sempre o fez nesses 38 anos de existência da entidade que reúne empresas do segmento, Governo, universidades, em trabalhos conjuntos com as demais entidades da cadeia.
Neste capítulo, “Do poço à roda”, porém, a AEA decidiu tecer comentários sobre aspectos políticos/econômicos da adoção maciça da tecnologia puramente elétrica, na medida em que o Brasil tem o privilégio de contar com cerca de 80% de energias renováveis (hidráulica, biomassa, eólica e solar) de sua matriz energética para mover a mobilidade e a produção, enquanto o restante do mundo, em média, desfruta-se de apenas 27% de renováveis ante 73% de energias não renováveis (gás natural, derivados de petróleo de carvão e nuclear).
Por esse cenário, a leitura e a aplicabilidade desta cartilha devem considerar o quadro da matriz energética brasileiro, diante de todos os protocolos de sustentabilidade, mas alicerçados no tripé social, ambiental e econômico do País, agraciado por ampla matriz energética renovável e, em paralelo, detentor da tecnologia flexfuel, que faz frente aos veículos 100% elétricos, se consideradas as premissas contextualizadas.
O conceito “Do poço à roda” tem sido amplamente discutido e será implementado no Rota 2030, fase 2, em 2027, para veículos leves. Trata-se de um conceito mais amplo no qual se avalia o impacto do setor de transporte de veículos leves nas emissões de gases de efeito estufa (CO2). Por esse conceito, consideram-se as emissões de CO2 na produção dos energéticos e no uso do veículo que, nesta cartilha, será denominado como CO2 eq.
A AEA realizou dois importantes estudos para suportar o cálculo deste impacto: a metodologia de cálculo e a intensidade de carbono dos energéticos no Brasil em vários anos.
Nesta cartilha será mostrado um passo a passo de como calcular as emissões de CO2 “Do poço à roda” (CO2 eq) baseado em dados públicos, de forma que toda a sociedade possa entender e calcular este impacto ambiental, além de compartilhar os conceitos.
A metodologia de cálculo de emissões de gases de efeito estufa está disponível no site www.aea.org.br.
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