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O audacioso Nissan Versa 1.0 S
Nissan Versa 1.0 S

Texto: Artur Jorge Semedo

Imagens: Revista Publiracing

 

DIA 1

 

Nesta primeira avaliação de 2016, trazemos para nossos leitores um modelo que é como diz nosso título, audacioso.

 

Audacioso principalmente na proposta mecânica da versão que dirigimos ao longo dos próximos dias, a 1.0 S.

Antes de falarmos um pouco mais sobre o modelo, referir que como é habitual na RP (Revista Publiracing), nossa avaliação vai ser publicada ao longo dos dias que nossa redação vai ter o  japonês em nossa garagem.

 

Nesta primeira e superficial observação, percorrendo o curto percurso entre o local de retirada e nossa redação no bairro do Morumbi, tempo para observar primeiro, as alterações externas realizadas no restyling produzido no modelo no primeiro semestre de 2015, coincidentes com o inicio da produção do Versa no polo Industrial de Resende, no sul do estado do Rio de Janeiro, e ainda com a introdução da nova opção de motorização, com o inovador propulsor 1.0 de três cilindros, 12 válvulas e 77 cavalos de potência, precisamente o do modelo que nos vai acompanhar nos próximos dias.

 

A Nissan confiou na capacidade técnica do HR10, assim é denominado este propulsor pela marca, para deslocar um automóvel que é um sedã compacto, de aparência pequena por fora, mas que esbanja espaço interior, daí a celebre frase que define o Versa com a mais absoluta verdade, “pequeno por fora, grande por dentro”.

Vocês vão acompanhar-nos ao longo destes dias em que iremos vencer nossa curiosidade em observar as reações de um sedã feito para a família, e que oferece um ótimo volume no porta-malas com 460 litros de espaço.

 

No trânsito da cidade de Sâo Paulo ou nos quilômetros que vamos percorrer em rodovia, convidamos nossos leitores a acompanhar nosso teste ao Versa 1.0 S, o audacioso sedã compacto da Nissan.

 

DIA 2

 

Em mais esta fase de nosso teste, reservamos estes próximos parágrafos para falar do design do modelo da Nissan.

 

A questão estética é algo bem subjetivo, divide opiniões, e muitas vezes leva ao fracasso de anos de trabalho de engenheiros e projetistas. No caso do Versa, seu visual foi rejuvenescido e aprimorado, tornando a frente moderna, sóbria e elegante. Já a traseira, lá entra a questão do gosto pessoal, me parece não ter ficado tão apelativa. No entanto estas linhas mais “duras” devem ter sido algo praticamente inevitável para que o aproveitamento do espaço interior, o maior destaque deste modelo, tivesse um resultado final tão positivo. As rodas de liga leve de 15 polegadas dão o toque necessário para a desejada sobriedade e elegância.

 

Em termos estéticos as alterações deram resultados positivos, pois se beleza conta para uma relação forte entre proprietário e seu carro, vendas crescentes do modelo ao longo de 2015,  em tempos de crise no setor,  mostram que a Nissan apostou certo ao ousar neste competitivo segmento dos sedãs compactos com motorizações de entrada, soluções que cada vez mais pedem espaço, conforto, tecnologia e tudo isso com economia.

 

Amanhã passamos para o interior do Versa, não sem antes deixar o desejo que a chuva que cai praticamente ininterruptamente em São Paulo, nos deixe tirar as fotos que nosso sedã merece.

 

DIA 3

 

No interior, e após entrar por qualquer uma das quatro portas que permitem um acesso fácil ao Versa, o destaque é, como já referido, o ótimo aproveitamento do espaço, permitindo o transporte de quatro adultos, mesmo que sejam de estatura elevada, e mais um quinto passageiro e sem comprometer o conforto geral. No banco traseiro a sensação de espaço chega a ser impressionante, quando observado seu interior pela primeira vez. Para conforto do condutor e dos restantes passageiros o modelo vem com os seguintes itens de série: Ar-condicionado, retrovisores elétricos. banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, direção elétrica,, vidros dianteiros elétricos (deveria ter nos traseiros também),  alarme, volante ajustável e multifuncional e rádio com CD/MP3/USB/Bluetooth.

 

De uma forma geral o modelo disponibiliza todos os itens que um sedã compacto oferece, sem luxos, de forma prática, acessível e bem posicionada.

 

Quanto aos materiais utilizados, aparentemente transmitem a solidez característica da Nissan nos modelos produzidos no Japão ou na Europa, mas breves quilômetros nos levam a relembrar que o modelo é de fabricação nacional e certas questões como os materiais utilizados, acabamento e isolamento acústico continuam sendo um problema, não de forma particular na marca, mas sim em praticamente todos os fabricantes nacionais neste segmento de veículos.

 

Exemplificando esta minha observação o som do motor de três cilindros e 77 cavalos que quando solicitado em rotações mais altas, entra sem pedir licença dento do espaço destinado aos passageiros.

 

DIA 4

 

Hora de falarmos um pouco mais de como é o comportamento do modelo nas ruas de uma grande cidade. Antes de dar partida, momento de observar que é fácil obter uma correta posição de condução, a ajuda do banco do condutor com ajuste de altura, bem como o volante que também ele se ajusta às necessidades do condutor, facilitam a necessária visão correta para uma viagem segura.

 

Referimos anteriormente que o Versa transportaria facilmente quatro adultos e que o espaço generosos do porta-malas permitiria levar até 460 litros em volume de carga. Pois bem, para conhecer as reações do Versa na versão mais pesada “família grande a caminho das férias” tentamos aproximar nosso teste a essa realidade.  O resultado foi mais ou menos o esperado. Um modelo que pode ser uma fácil e correta opção, se sua cidade for de topografia plana, circulando sem qualquer dificuldade e sem grande esforço.

 

Agora se a necessidade obrigar a vencer grandes subidas, fica inevitável recordar que a Nissan tem uma versão 1.6 deste modelo, e que logicamente vai oferecer mais recursos para o condutor.

 

Além de simularmos uma pequena viagem com o peso de quatro adultos, percorremos também cerca de quatro centenas de quilômetros com apenas o condutor. Além de nos dar uma ideia do comportamento dinâmico do carro, o consumo dos 41 litros que enchem o pequeno depósito, serviu também para observar os resultados nas diversas opções testadas. Mas desses valores falaremos nas observações finais.

 

Ainda sobre o comportamento em estrada, destaque para uma suspensão confortável e que transmite confiança. A direção elétrica, muito eficaz em baixas velocidades ou manobras, se torna imprecisa e macia em demasia quando dirigindo em velocidades mais altas.

 

Seu cambio manual de cinco marchas bem escalonadas, permite adequar de forma correta sua utilização às necessidades do momento.

 

Muito importante quando se entra para dirigir qualquer carro é adequar a condução aos recursos que o modelo oferece. Neste caso temos que contar apenas com o que é possível de um sedã compacto com um motor de 1.0 Flex de três cilindros e 12 V, um torque muito generoso de 10 kgfm, em ambas as opções de combustível, e ainda 1.056 kg de peso, muito bom para um sedã.  Influenciando ainda o comportamento do veículo os 4,492 m de comprimento e 1,695 m de largura.

 

DIA 5

 

Próximas linhas para falar exclusivamente do “coração” deste modelo.

 

Esta nova geração de motores com cabeçotes multiválvulas e comandos variáveis, vêm possibilitando aos fabricantes modelos de entrada mais dignos. Fica claro com este produto que, apesar de ser um motor 1.0  a ser o responsável por dar movimento a um sedã, os tempos são outros, soluções tecnológicas permitem dignidade ao produto, que claro, tem suas limitações, mas que responde muito bem a uma utilização comum, e com resultados positivos em termos de consumo.

 

Em nosso teste utilizamos o etanol como combustível, e conseguimos médias de 8,3 Km/l em praticamente dois terços de nossa avaliação circulando por São Paulo, com apenas o condutor, e utilizando o ar-condicionado em praticamente todo o teste. Já o percurso em estrada foi percorrido com o peso de quatro adultos e o valor do consumo médio conseguido foi de 12,4 km/l.

 

Amanhã nossas considerações finais sobre o teste realizado ao sedã da Nissan, produto que foi para nós o fim do paradigma de que motor 1.0 não consegue “puxar” um sedã, consegue sim, e com dignidade.

 

DIA 6

 

 

Vamos então às observações finais sobre o Nissan Versa 1.0 S.

 

De acordo com a nossa avaliação o sedã compacto da Nissan é uma ótima opção se você tiver a perfeita consciência do posicionamento do modelo no vasto leque de opções que é hoje o mercado brasileiro. Se comparado com seus oponentes diretos, ele se sai muito bem sendo mesmo uma das melhores opções, ao lado, por exemplo, do novo Ford Ka na sua versão três volumes, também ele com um novo motor 1.0 de três cilindros.

 

Nossa avaliação mostra um modelo muito honesto em sua proposta, eficaz e modernizado na questão mecânica, confortável e surpreendente no aproveitamento do espaço interior.  Vendido a partir de R$ 45 990,00 a versão 1.0 S tem seu mais forte concorrente logo ali ao lado, seu irmão mais potente, o Versa 1.6 SV que obviamente oferece mais recursos pelo seu motor de 111 cavalos, e é vendido por pouco mais, R$ 48 290,00.

 

Não espere mais do que um modelo 1.0 pode oferecer, mas se surpreenda com um produto ousado, e que chega mesmo a medir forças com modelos em faixas superiores de preço.

 

 

 

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